sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Golpe do “Seguro Pirata” preocupa Sindicato de Corretores

Fonte: 4md

O presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de Alagoas, Ótavio Vieira Neto, cobra o combate ao “Seguro Pirata”, vendido ao consumidor de seguros irregularmente por associações e cooperativas, lesando a sociedade e prejudicando o mercado de seguros. O sindicato tem tomado algumas medidas para eliminar os seguros fantasmas através de ações legais de fiscalização. Um mapeamento das empresas que fazem “Seguro Pirata” ou “Seguro Fantasma” está sendo realizado para que o Sincor-AL possa com o Ministério Público, Procon e órgãos do governo agir em defesa da sociedade.

Para Ótavio Viera Neto, a denúncia é uma ferramenta muito forte para que o sindicato possa lutar contra a epidemia do “Seguro Pirata” que segue ganhando espaço em Alagoas, principalmente em Maceió e Arapiraca. “Precisamos de mais denúncias daqueles que foram lesados com a falsa promessa de proteção veicular, para termos um número maior de provas e assim podermos ir à luta para fecharmos as portas dessas empresas que estão aumentando o número de calotes no Estado”, disse Ótavio.

Ainda de acordo com o presidente, as pessoas têm medo de denunciar que foram vítimas do golpe com medo de sofrerem algum tipo de represália ou até mesmo por vergonha. “A denúncia é o ponto forte para combater quem está agindo fora da lei. A ilegalidade das cooperativas e associações agirem no mercado como se fossem seguradoras nos preocupa, pois elas não oferecem nenhum tipo de garantia a seus clientes e vendem o discurso de que são mais baratos”, enfatizou. “É como diz o ditado popular: ‘é o barato que sai caro’”, desabafou.

Com a promessa de ser barato, o ‘Seguro Pirata’ funciona da seguinte forma: a pessoa se associa a uma entidade e começa pagando apenas uma taxa associativa e uma mensalidade, que custa inicialmente, em média de R$ 18. No entanto, quando ocorre o sinistro, surge a surpresa do rateio do valor do prejuízo para todos os associados, onerando de forma abrupta e elevada os gastos. Na prática, eles não garantem a segurança do bem, pois não contam com reserva financeira para sustentação dos possíveis prejuízos.

Vítimas reclamam que acreditavam na “boa-fé” das associações

A venda dos “Seguros Piratas” acaba prejudicando não apenas o consumidor, mas atinge as seguradoras, os corretores, os prestadores de serviço, o comércio, a indústria, os envolvidos em sinistros, a Receita Federal, o nível de emprego e renda do setor, e o País. As principais vítimas da pirataria são pessoas que acreditam na promessa que em caso de sinistro o prejuízo será rateado por todos que fazem parte da cooperativa, e o que de início seria apenas um pequeno valor associativo transforma-se em uma cobrança maior, ocasionando a inadimplência e gerando o calote.

Como aconteceu com o taxista José Brito, que fazia parte de uma dessas associações e foi vítima do golpe da proteção veicular, mas só percebeu a fraude quando precisou utilizar o serviço. José Brito conta que bateu em outro veículo, e ao acionar a associação teve que pagar um valor de R$ 1 mil, além dos R$ 125 da mensalidade que vinha pagando do “Seguro Pirata”. “Acreditei na promessa de que fazia um seguro confiável do meu veículo, mas no momento que precisei vi que tudo não passou de uma fraude. Tive que pagar a mais a taxa de R$ 1 mil, os serviços do conserto do meu carro e do outro veículo envolvido no sinistro”, disse Brito lamentando a escolha.

DOR DE CABEÇA – A cooperativa ou associação não garante o pagamento do sinistro, caso os associados não honrem o pagamento do novo valor, ou seja, o consumidor termina tendo um prejuízo na certa. Fora isso, não há nenhuma garantia como exige a legislação para os seguros, nem nada que esteja assegurado no Código de Defesa do Consumidor.

Veja 7 (sete) medidas para prevenir-se dos Seguros Piratas:

1 – Verifique o nome da seguradora e consulte o site da SUSEP (órgão do governo que regula o setor): www.susep.gov.br . Se não for seguradora, não compre;

2 – Denuncie as empresas mascaradas de seguradoras na SUSEP: www.susep.gov.br. Pelo site ou telefone;

3 – Compre sempre com corretor de seguros. Ele é o profissional indicado para oferecer-lhe produtos seguros. Consulte: www.fenacor.com.br;

4 – Verifique o que está assinando e exija toda a documentação do seguro: Proposta, pagamento identificado e Kit da Apólice de Seguro;

5 – Desconfie de produtos oferecidos por qualquer pessoa que não trabalhe com o setor;

6 – Peça conselhos aos familiares sobre negócios com seguro que vai realizar;

7 – Estude sobre o setor e como se desenvolvem os produtos no Brasil.

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